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Entrevista com o Autor: Matheus Zucato


Olá pessoal, tudo bem com vocês?

Para que possamos conhecer melhor o autor, fiz uma entrevista muito interessante com ele onde, perguntei muitas coisas sobre sua vida pessoal e o seu trabalho. Espero que goste e deixem muitos comentários!

1 – Você está lançando o livro Os Dois Fazendeiros, conte um pouco para os leitores do blog, do que se trata a história.

R: O livro é contado em forma de relatos. É sobre dois fazendeiros que vão resolver suas disputas territoriais de uma vez por todas, e planejam secretamente o assassinato um do outro. Porém, nessa terra disputada por eles, corre uma lenda de que existe ali algo mal. A história vai se desenrolando, até chegar ao final, surpreendente e questionador. E durante a história faço várias reflexões sobre a vida e a atualidade. É algo diferente do comum, meio kafkiano.

2 – Você é um autor relativamente novo no mercado nacional e está lançando um livro físico, enquanto vários outros autores lançam primeiro em e-book. Como foi conseguir uma editora para publicar o seu livro? O que isso representa para a sua carreira? Como aconteceu todo o processo de publicação?

R: Olha, eu nem sabia que os escritores lançavam primeiro em e-book, pra te falar a verdade. Acho que pelo fato de eu gostar de ler prioritariamente livros físicos, nem cheguei a pensar no formato e-book. Bom, o processo foi: quando eu terminei de escrever a história, que se tratava de um presente para minha namorada, eu entreguei para que ela e minha família lessem. Aconteceu que eles adoraram e me incentivaram a publicar a história. Eu sabia que publicar um livro é difícil, então antes de mais nada comecei a ler muitas e muitas páginas na internet (inclusive das próprias editoras) sobre o processo de publicação de um livro. Só depois de entender como é que funcionava, é que decidi mandar meu original para editoras selecionadas (de acordo com o gênero de meu livro), na cara dura mesmo. Aí recebi 6 propostas, e me identifiquei mais com a da Autografia, que é uma ótima editora, e pela qual lanço meu livro.

3 – Como você consegue conciliar sua vida familiar, trabalho, escrever e fãs? Tem algum segredo que possa nos contar ?

R: Hahaha! Acredito ainda não ter fãs. Bem, a maneira que encontrei para conciliar tudo isso, principalmente pelo fato de eu ser estudante universitário e morar em república, foi estipular uma meta, um prazo, uma data para terminar a história. Sem prazos, a grande parte das pessoas tende a empurrar as coisas pela barriga, até acabar desistindo de seu projeto. Quando eu coloquei o prazo, sabia que teria que sentar e escrever. Bem, foi o que fiz. E quando escrevi o primeiro capítulo, não parei mais. Gostei muito daquilo, e deu certo. Meu segredo é dedicar um tempo do dia somente à escrita, pois escrever um livro não é algo fácil, já que exige dedicação, atenção, criatividade e persistência. E é importante não ter medo de errar e de começar tudo de novo. Eu apaguei duas vezes a história toda antes de gostar do que estava escrevendo. Bem, talvez nem seja um segredo, mas é assim que fiz.


4 – Quando você percebeu que estava na hora de criar os seus próprios personagens e escrever os seus livros?

R: No final de 2016 eu percebi que eu estava muito pobre em literatura. Tinha lido pouca coisa realmente boa. Conhecia poucos autores importantes, historicamente falando. Então parti à procura de obras mais significantes. Foi quando ouvi falar dos “clássicos da literatura universal”. Bem, lidas várias e várias obras geniais, chegou um dia em que pensei “será que consigo escrever algo?”. Faltava inspiração. Foi quando minha namorada me desafiou a lhe escrever uma história, e eu aceitei. Aí tinha a inspiração. A criatividade veio com o tempo, quando peguei carona com dois amigos que gostam muito de sertanejo raiz, e, ouvindo às músicas, pensei em escrever uma história em que dois fazendeiros planejavam a morte um do outro. A partir daí, veio toda a história.


5 – Você tem um perfil (IG) no instagram e trabalha em parceria com algumas páginas, blogs, entre outros. O que essa inserção no mundo digital significou para o seu trabalho?

R: Bem, na verdade eu sou super desligado do mundo digital. Quando eu recriei meu Instagram, coincidiu de estar lançando o livro, e comecei a seguir vários Igs literários pra saber como funcionavam as parcerias. Até hoje eu me enrolo com publicações por lá, mas aos poucos vou dominando o Instagram, isso caso ele não me domine primeiro. Bem, o que significou essa inserção, para mim, foi principalmente saber que existe muita gente interessada em literatura, e uma boa parte também apoia autores nacionais, o que eu acho que falta bastante no país. Se os brasileiros não compram livros nacionais, as editoras não vão facilitar para que obras nacionais sejam publicadas. Mas a culpa não é só dos leitores: os escritores têm que saber que as pessoas procuram literatura nova, diferenciada, fora do considerado “comum”. O mercado literário está saturado, e os gringos o dominam. O Instagram pode nos ajudar, eu acredito.



6 – Você fez cursos de escrita? Quais as dicas que você daria para os leitores que querem iniciar na vida de escritor?

R: Nunca fiz nenhum curso de escrita, mas recomendo muito que os leitores façam, pois escrever é complicadíssimo. A língua portuguesa não é nada fácil, em minha opinião. Eu comecei há alguns dias a assistir um canal no Youtube, chamado “Exercícios de Criação Literária”, da Sabina Anzuategui. Gostei bastante, e pretendo aprender muito com ela.

7 – Quais são as suas referências literárias e o que elas acrescentaram a sua escrita? R: As referências são os clássicos universais, com certeza. Também sou muito fã de Agatha Christie e de Conan Doyle (são clássicos de histórias policiais, esses). Citando alguns autores e as obras que acrescentaram minha escrita: Franz Kafka. Esse era fera! Meu autor preferido. O Kafka destruiu o tabu que eu tinha em “número de páginas para um livro”, além de me ensinar a escrever de forma curta, direta, pesada e sincera. Com certeza A Metamorfose, Na Colônia Penal, O Veredicto e O Processo me incentivaram muito a escrever. O segundo autor que cito é Machado de Assis. Adoro os capítulos curtos de Machado, e a carga psicológica que têm seus livros da fase de Memórias Póstumas de Brás Cubas e de Dom Casmurro (aliás, tem uma ligação sutil entre Dom Casmurro e Os Dois Fazendeiros. Quem ler, acredito que vá entender). O último autor que cito é Choderlos de Laclos, e seu magnífico “As Relações Perigosas”. Esse livro é fantástico. Ele é contato integralmente em cartas e mais cartas trocadas entre 8 ou 9 personagens principais, repletas de planos, artimanhas, jogadas inteligentes, traições, manipulação de pessoas, etc. Os Dois Fazendeiros só é contato em formato de relatos porque “As Relações Perigosas” é contado em formato de cartas.

8 – Como você reage as críticas ao seu trabalho e de que forma influenciaram na continuação dos seus livros?

R: As críticas são super bem-vindas. É meu primeiro livro, e eu não espero que seja perfeito, de forma alguma. Para mim, as críticas são lições que aprendo, para que melhore minha escrita em livros posteriores. O segundo livro já está sendo escrito, e nele já mudei muita coisa que fiz quando escrevi em Os Dois Fazendeiros, o que não tira o valor do livro, é claro.

9 – Quais são os seus próximos projetos literários ?

R: Bem, estou escrevendo atualmente um livro de contos e também um romance (não-romântico). Acredito que assim que terminá-los, vou querer publicar, é claro. Meus projetos literários são sempre voltados a mostrar às pessoas a minha escrita, as minhas ideias.

10 – Indique para os nosso leitores cinco autores que você conhece.

R: Bom, vou indicar em primeiro lugar o carioca que já está fazendo um sucesso legal: Raphael Montes. Por enquanto li somente seu livro “Dias Perfeitos” e adorei, quero ler os outros. Indico também meu amigo Sávio Batista, com seu livro “O Próximo Rei”, um livrão que ainda quero ter a oportunidade de ler, pois ouvi falar muito bem da história, e me interessei bastante nela. Também cito aos leitores o autor Hugo Pernet, com seu ótimo e belo “Memórias da Infância em que Morri”. Indico também a menina Alana Gabriela, com o livro “A Estranha Mente de Seth”, uma história que ainda não tive oportunidade de ler, mas que despertou grande curiosidade em mim. O último autor, e não menos importante, é o Ronaldo Pelli, com o livro de contos "A Primeira Pessoa". Os autores que inspiraram Ronaldo são muitos dos mesmos que me inspiram a escrever, então indico este livro que reúne os primeiros exercícios de ficção do rapaz, e boto fé de que seja um livro ótimo! Quero lê-lo também.

11 – Por último deixe o seu recado aos leitores e aos autores que buscam o seu espaço no mercado editorial.

R: Primeiramente quero agradecer a oportunidade da entrevista ao blog pessoal de Viviane Almeida. Desejo-lhe sucesso! Para quem deseja publicar um livro, eu vou dar as mesmas dicas que dei durante a entrevista. O mercado editorial está bem inchado. Tem muita gente escrevendo livros por aí, e nem todos os livros são realmente originais. Aos autores que desejam um espaço no mercado, procurem escrever histórias realmente originais, e é importantíssimo que procurem também cursos ou canais de exercícios de escrita, pois uma boa escrita conquista bons leitores!


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