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O Que Eles Faziam? - Post III

Boa noite, leitores, como vão?

Depois do hiato do mês de Julho e da Bienal do Livro de São Paulo (que pude estar presente autografando meu livro), voltamos à série de posts "O Que Eles Faziam?", desta vez falando sobre um cara um tanto quanto crítico e batalhador. Falamos de Eric Arthur Blair, ou como ficou conhecido, George Orwell, seu pseudônimo.

3) George Orwell (1903 - 1950)

Algumas obras: "1984"; "A Revolução dos Bichos"; "O Que É Facismo? e Outros Ensaios"; e "Dias na Birmânia".

Pois é, fiquei sabendo que George Orwell era o pseudônimo do autor somente depois de pesquisar mais sobre o mesmo (depois da maravilhosa leitura de A Revolução dos Bichos). Pois bem, vamos lá.

Nasceu em 1903, na Índia Britânica e morreu em 1950, em Londres, no Reino Unido.

Um detalhe curioso sobre os estudos de Orwell em Eton é que ele teve como seu professor de francês Aldous Huxley (sim, o autor de Admirável Mundo Novo) . Tinha notas baixas, uma vez que não gostada da escola; no entanto, durante este tempo, Orwell ajudou na produção de uma revista acadêmica. Seus pais não tinham dinheiro para matriculá-lo em uma universidade, e pouco acreditavam que o filho conseguiria uma bolsa de estudos, devido às notas baixas.

Orwell tinha uma ideia romantizada do Oriente, e decidiu (junto à família) que iria se tornar membro da Polícia Imperial Indiana, para a qual havia um exame de admissão. Orwell foi matriculado em um cursinho onde estudou Arte e Cultura Clássicas, Inglês e História. Passou no exame e tornou-se membro da Polícia Imperial Indiana na Birmânia (atual Myanmar, perto da Índia.), no ano de 1924. Três anos mais tarde, de licença na Inglaterra por ter contraído dengue, decidiu demitir-se da Polícia.

Em 1927, o desempregado Orwell viveu experimentando situações de pobreza na Inglaterra, mesmo que não precisasse, pois sua família o enviava dinheiro. No ano seguinte, muda-se para Paris e é ajudado financeiramente por uma tia, além de conseguir emprego como jornalista bem-sucedido.

Em 1929 também trabalhou como lavador de pratos.

De 1932 à 1934 foi professor de uma escola particular para jovens de 10 a 16 anos.

Até 1936, foi ajudante de meio-período numa livraria de segunda-mão.

Juntou-se ao POUM (Partido Operário de Unificação Marxista), uma milícia de marxistas centristas contra Francisco Franco e seus aliados Mussolini e Hitler, na Guerra Civil Espanhola (1936 - 1939), onde foi atingido por uma bala na garganta.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Orwell trabalhou em revistas e jornais, passando até mesmo por um programa de transmissão de rádio da BBC.

Foi diagnosticado com tuberculose em 1947, e sua saúde foi deteriorando-se até sua morte, em 1950.


Opinião:


George Orwell foi fantástico. Li somente seus dois livros mais importantes, A Revolução dos Bichos (1945) e '1984' (1949), portanto irei reservar minha opinião de acordo com estes dois trabalhos.

Em A Revolução dos Bichos, começamos a história acreditando esta ser uma novela infantil, até que a Revolução acontece. Ficam claras as analogias de Orwell com regimes ditatoriais, dominados por seres (animais) de boa oratória e simpatia ímpar. Os pobres animais, que acreditavam viver num regime onde todos são iguais, percebem que alguns deles eram "mais iguais que outros" (alô, comunismo?), o que os causa revolta. As ligações com figuras históricas importantes (Stalin, por exemplo) são bem óbvias, e Orwell nos explica no livro, com um tom humorístico e irônico genial, como é quase impossível instalar-se um sistema político n'onde todos são (realmente) iguais. A humanidade sempre terá os porcos do sistema.

Já em '1984', para mim melhor que o livro acima analisado, Orwell escancara o sistema ditatorial através da visão de um tal Smith que "acorda" da ilusão que era a falsa democracia em que vivia (alô, Brasil?). As manipulações do Governo para o controle da população e o uso de inimigos comuns à todo o povo são revelados a nós pelo pensamento do protagonista. Assim, podemos então fazer um paralelo da história com o que vivemos nos dias de hoje.

Em minha opinião (e aqui entra um detalhe totalmente pessoal), se '1984' fosse leitura obrigatória de escola e fosse trabalhado dentro da sala de aula com os alunos, a democracia como conhecemos hoje no Brasil não duraria por mais dez anos. Estariam todos os problemas resolvidos? É claro que não, afinal o homem é o lobo do homem, mas seria um começo para que grande parte dos jovens, que são o futuro, tivesse o mesmo despertar de Smith, e percebessem que as brigas entre 'defensores' dos ̶t̶i̶m̶e̶s̶ partidos políticos interessam muito ao Grande Irmão que nos assiste lá do Palácio do Planalto. E nem preciso dizer que o reality-show Big Brother é inspirado no romance de Orwell.


Termino aqui, torcendo para não sumir caso a Polícia do Pensamento leia este texto e também para que o Miniver (Ministério da Verdade) não altere minhas palavras.

Nunca deixem que lhes façam acreditar que 2+2=5.


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